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Metade dos municípios vive dependente do setor público – 25/10/2024 – Mercado

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Luany Galdeano

Quase metade dos municípios brasileiros tem a administração pública como principal atividade econômica, à frente de setores como indústria, agricultura e de serviços. São cidades mais pobres, que dependem de transferências de renda por parte dos governos federal e estadual e, em sua maioria, oferecem apenas serviços básicos aos cidadãos, de acordo com especialistas.

Ao todo, 43% dos municípios brasileiros se encaixam nessas condições, o equivalente a 2.409, em números absolutos. Desses, 2.286 têm menos de 50 mil habitantes, e a maior parte se encontra em estados do Norte e do Nordeste. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no fim do ano passado e referentes a 2021.

O quadro faz com que o setor público nesses locais careça de profissionais qualificados, por ter salários menores e estrutura de trabalho mais precária para servidores. Segundo especialistas, uma saída adotada por parte prefeituras das prefeituras é a adesão a consórcios, para compartilhar e, com isso, reduzir despesas com a administração pública.

Este texto faz parte de um conjunto de reportagens alusivas ao Dia do Servidor Público, celebrado em 28 de outubro.

No Amapá, em Roraima e na Paraíba, 93% das cidades têm dependência em relação à administração pública. O Distrito Federal também está entre as unidades da federação que se encaixam nessa categoria. Amapá e Roraima são os únicos estados cujas capitais, Macapá e Boa Vista, respectivamente, têm o setor como principal fonte de renda.

“A administração pública é obrigatória, mas isso não quer dizer que o município não precise ter outras estruturas que lhe garantam uma potência arrecadatória”, diz Ursula Peres, professora de gestão de políticas públicas da USP.

Pelo REM-F (Ranking de Eficiência dos Municípios da Folha), cidades que dependem do setor público têm os piores resultados. É o caso dos municípios paraenses de Bagre, Alenquer e Muaná, que ocupam as últimas posições no ranking.

O cenário é resultado da falta de recursos próprios que existe em boa parte das cidades brasileiras. Mais de 40% dos municípios enfrentam uma situação fiscal difícil ou crítica, em que dependem de transferência de receitas do governo federal ou de estados, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal divulgado no fim do ano passado.

Esse quadro impede as cidades de investirem na economia municipal, que permitiria desenvolver o setor privado, elevar a empregabilidade dos habitantes e ajudar na arrecadação de impostos pela prefeitura, de acordo com especialistas.

Somado a isso, são locais que enfrentam dificuldade para atrair e reter profissionais qualificados, devido aos salários menores e condições mais precárias de trabalho, de acordo com Fernando Coelho, professor da USP e integrante do Movimento Pessoas à Frente, voltado à gestão de pessoas no setor público.

Essas cidades contam com estruturas precárias, onde faltam equipamentos e outros recursos mínimos para o trabalho. É uma situação que desestimula servidores, sobretudo os recém-chegados. Isso, por sua vez, gera uma alta rotatividade nos cargos, que agravar o quadro limitado nessas cidades, segundo o professor.

“Muitas vezes, falta inteligência profissional nesses municípios, tanto que eles têm dificuldade para captar recursos, porque não há pessoas dentro da prefeitura capazes de elaborar um projeto”, diz. “Não há técnicos ali que saibam fazer uma boa compra pública ou organizar um concurso.”

Ainda que o problema seja maior em cidades pequenas, existem grandes centros que também dependem da administração pública. No Rio de Janeiro, estão quatro dos dez maiores municípios nessas condições, todos na região metropolitana da capital. Entre elas, São Gonçalo, a segunda maior cidade fluminense, com quase 1 milhão de habitantes, além de Belford Roxo e São João de Meriti.

Segundo especialistas, esses são casos de municípios-dormitório, em que a maior parte da população mora ali, mas trabalha em cidades maiores –no caso, o Rio de Janeiro. A migração de profissionais para cidades vizinhas afeta o desenvolvimento econômico dessas periferias.

Municípios que têm a administração pública como principal atividade econômica também contam com uma população de menor PIB per capita, segundo dados do IBGE. Por isso, são as cidades que mais precisam de serviços de qualidade.

No entanto, esses lugares têm apenas o mínimo para atender às demandas básicas da população, de acordo com Ursula Peres, da USP.

Isso inclui, por exemplo, a estrutura do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), escola municipal de ensino infantil, posto de saúde e ao menos uma ambulância, para transportar habitantes até hospitais em cidades maiores.

Hoje, há cidades que repensam formas de investir nos serviços para reduzir custos, o que inclui consórcios. Um deles é o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião Alto Rio Verde Grande, em Minas Gerais. A iniciativa reúne 19 municípios.

De acordo com Sérgio Miranda, secretário-executivo do consórcio, o objetivo do grupo é aumentar o volume das compras para reduzir os gastos.

Por exemplo, médicos que cobram por consulta pediriam um valor maior para atender a menos pessoas em um município pequeno. Mas quando os gastos com esse profissional são compartilhados entre dez cidades, os valores ficam reduzidos. O mesmo funciona para insumos e exames, segundo o secretário.

“Os custos para a produção de determinados serviços públicos ficaram onerosos. Por isso, juntamos municípios de pequeno porte para gerar ganho de escala e, com isso, obtemos um custo médio inferior para cada atendimento.”



Leia Mais: Folha

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (Proex) e em parceria com a Federação do Desporto Universitário Acreano (FDUA), apresentou oficialmente a delegação que representará a instituição nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) de 2025. O grupo, formado por cerca de 70 estudantes-atletas e técnicos voluntários, foi apresentado em cerimônia realizada na quadra do Sesi neste sábado, 27.

A equipe, que competirá no maior evento de desporto universitário da América Latina, levará as cores da Ufac e do Acre em diversas modalidades: handebol, voleibol, xadrez, taekwondo, basquete, cheerleading, futsal e a modalidade eletrônica Free Fire. A edição deste ano dos jogos ocorrerá em Natal, no Rio Grande do Norte, entre 5 e 19 de outubro, e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.

A abertura do evento ficou por conta da apresentação da bateria Kamboteria, da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da Ufac, a Sinistra. Sob o comando da mestra Alexia de Albuquerque, o grupo animou os presentes com o som de tamborins, chocalhos, agogôs, repiques e caixas.

Em um dos momentos mais simbólicos da solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, entregou as bandeiras do Acre e da universidade aos atletas. Em sua fala, ela destacou o orgulho e a confiança depositada na delegação.

“Este é um momento de grande alegria para a nossa universidade. Ver a dedicação e o talento de nossos estudantes-atletas nos enche de orgulho. Vocês não estão apenas indo competir; estão levando o nome da Ufac e a força do nosso estado para todo o Brasil”, disse a reitora, que complementou: “O esporte universitário é uma ferramenta poderosa de formação, que ensina sobre disciplina, trabalho em equipe e superação”.

A cerimônia contou ainda com a apresentação do time de cheerleading, que empolgou os presentes com suas acrobacias, e foi encerrada com um jogo amistoso de vôlei.

Compuseram o dispositivo de honra do evento o deputado federal e representante da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro; o deputado estadual Eduardo Ribeiro; o vereador de Rio Branco Samir Bestene; o vice-presidente da Federação do Desporto Universitário do Acre, Sandro Melo; o pró-reitor de Extensão, Carlos Paula de Moraes; a diretora de Arte, Cultura e Integração Comunitária, Lya Beiruth; o coordenador do Centro de Referência Paralímpico e Dirigente Oficial da Delegação da Ufac nos Jubs 2025, Jader de Andrade Bezerra; e o presidente da Liga das Atléticas da Ufac, Max William da Silva Pedrosa.

 



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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.

A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.


Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”

A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”

Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”


Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.



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Enanpoll — Universidade Federal do Acre

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publicado:
26/09/2025 14h57,


última modificação:
26/09/2025 14h58

1 a 3 de outubro de 2025



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