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A lei que cria tributação mínima de multinacionais é adequada? SIM – 10/01/2025 – Opinião

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9 meses atrásem
Marcelo John Cota de A. Filho
A lei federal 15.079/2024, que instituiu a sistemática de tributação mínima global no Brasil, é um marco na adaptação do país às Regras Globais Contra a Erosão da Base Tributária (regras GloBE), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em tempos de globalização e de desafios fiscais complexos, a medida representa um avanço necessário para proteger a arrecadação nacional e situar o Brasil em posição vanguardista em relação à nova sistemática idealizada pela OCDE.
A essência da legislação está na criação de um “imposto mínimo” para grupos multinacionais com lucros anuais superiores a € 750 milhões em pelo menos dois dos quatro anos fiscais imediatamente anteriores ao exercício analisado, impondo-se a esses grupos uma tributação mínima sobre os lucros auferidos no país à alíquota efetiva de 15%.
Essa tributação ocorrerá na forma de um adicional da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida pelas multinacionais que se enquadrem nessas condições.
Ou seja, na prática, caso esses grupos tenham os lucros auferidos no Brasil tributados abaixo da taxa efetiva de 15%, cobra-se um adicional de CSLL que garanta a complementação até esse valor.
A nova lei alinha o Brasil à tendência internacional, garantindo que multinacionais, independentemente da jurisdição onde operem, tenham os lucros aqui auferidos tributados a uma alíquota mínima de 15%. Essa abordagem reduz a evasão de riqueza gerada nacionalmente e combate a chamada “erosão da base tributária”, prática pela qual empresas deslocam seus lucros para países com tributação favorecida.
Entre os benefícios imediatos da lei, destaca-se a proteção da arrecadação nacional. Sem essa medida, outros países poderiam tributar rendimentos de operações realizadas no Brasil, drenando recursos que deveriam ser destinados aos cofres nacionais. Assim, a adoção de um tributo doméstico mínimo assegura que tais valores sejam recolhidos pelo Fisco brasileiro, garantindo a aplicação desses recursos em território nacional.
Outro ponto de significativa importância é a harmonização do Brasil às práticas internacionais. Como a lei reproduz as regras estipuladas pela OCDE, ela contribui para a promoção de segurança jurídica a investidores estrangeiros, que passarão a operar sob o crivo de regras conhecidas, em conformidade ao padrão internacional. Trata-se de questão que merece destaque especial, sobretudo em razão de o Brasil ser visto no exterior como um ambiente de extrema insegurança jurídica. Nesse sentido, a medida indica que o Brasil caminha na direção correta para uma maior harmonia às boas práticas internacionais.
No âmbito global, a implementação de um tributo mínimo é uma resposta coordenada a um cenário em que jurisdições que oferecem tributações irrisórias atraem os lucros de multinacionais através de engenharias societárias sofisticadas, afetando as economias dos países onde o lucro efetivamente se concretizou.
Diante disso, a lei 15.079/2024 representa uma ferramenta eficaz para mitigar esses impactos e assegurar que o Brasil esteja na vanguarda das discussões sobre o futuro do sistema tributário global.
Em síntese, a lei 15.079/2024 corresponde a um passo estratégico para consolidar o Brasil aos padrões da OCDE. A medida, ainda que complexa, é necessária, pois projeta um cenário em que a arrecadação nacional é resguardada ao mesmo tempo em que proporciona harmonia com o cenário tributário internacional.
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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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10 horas atrásem
26 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.
A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.
Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”
A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”
Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”
Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.
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publicado:
26/09/2025 14h57,
última modificação:
26/09/2025 14h58
1 a 3 de outubro de 2025
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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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