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‘Um terapeuta não deveria te dar abraços’: leitores compartilham experiências ruins de aconselhamento | Aconselhamento e terapia

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Rachel Hall

Cuando o casamento conturbado de Karin Blak terminou, um amigo lhe recomendou um terapeuta. Mas ela ficou cada vez mais desconfortável à medida que ele fazia revelações pessoais inadequadas, inclusive sobre sua saúde sexual, tocava-a e convidava-a para sua casa.

Posteriormente, descobriu-se que, embora exercesse a profissão de psicoterapeuta com outros clientes, não era qualificado, tendo abandonado o curso de psicoterapia “porque não queria cumprir as regras”. A má experiência culminou com ele a tocando e dizendo: “Se eu fosse 10 anos mais novo, já estaria sentado ao seu lado”.

“O que me fez sentir foi que meus problemas eram grandes demais para qualquer terapeuta me ajudar, estava quase me sentindo sem esperança – se um terapeuta não pudesse me ajudar, então quem poderia”, disse ela. “Quando você começa a se sentir desesperado, esse é um caminho perigoso a percorrer. Isso pode resultar em todos os tipos de ideação suicida. Eu segui esse caminho em um ponto, provavelmente logo depois de parar de vê-lo.

“Na época eu não sabia. Acho que isso é um problema para muitas pessoas, elas não sabem realmente o que procuram e não sabem quando os limites estão sendo ultrapassados. Essa era exatamente a situação em que eu estava. Eu não sabia que um terapeuta não deveria te dar abraços, segurar sua mão e convidá-lo para casa.

Desde então, Blak se formou como terapeuta e escreveu um livro, The Essential Companion to Talking Therapy, que analisa a diferença entre terapia ética e antiética. Ela frequentemente trabalha com clientes que chegam traumatizados por experiências de terapia ruim.

Ela foi uma das mais de 100 pessoas que entraram em contato com o Guardian depois que este informou que especialistas estavam pedindo que todos os psicoterapeutas na Inglaterra sejam regulamentados. Os leitores partilharam as suas preocupações sobre os psicoterapeutas, conselheiros e psicólogos que consideraram terem dado conselhos maus ou prejudiciais.

Entre eles estava Elinor*, cujo filho adulto foi diagnosticado com esquizofrenia. Ele tentou obter psicoterapia no NHS, mas foi recusado porque os serviços locais disseram que as suas necessidades eram demasiado complexas.

Ele encontrou um conselheiro telefônico registrado na Associação Britânica de Aconselhamento e Psicoterapia (BACP), que, Elinor ficou chocada ao saber, disse ao filho que o apoiaria a abandonar a medicação antipsicótica sem consultar um psiquiatra. Depois disso, o filho dela piorou até ficar tão doente que precisou ser internado, “anulando dois anos de boa saúde e mantendo um emprego de meio período”.

Ela tentou reclamar com o BACP, mas foi informada de que precisava da permissão do filho, que ele não estava bem para dar. “Um bom conselheiro levantaria um alerta de salvaguarda se um cliente com esquizofrenia estivesse a falar em abandonar os medicamentos, em vez de o encorajar dessa forma, abusando da sua posição de poder e confiança”, disse Elinor, acrescentando que os especialistas em saúde mental deveriam saber que as pessoas com transtornos psicóticos doenças muitas vezes suspeitam de seu diagnóstico e medicação.

Sophie* rapidamente ficou desconfortável com a abordagem de seu terapeuta, que compartilhou demais sobre sua vida pessoal. “Pensei: ‘Você não deveria estar fazendo isso’”, disse ela.

A sua terapeuta também rejeitou as coisas sobre as quais Sophie queria falar, concentrando-se na ideia de que ela poderia ser neurodivergente como “a resposta mágica para tudo”. O terapeuta disse-lhe três vezes que ela deveria procurar um diagnóstico, apesar da opinião de Sophie de que ser rotulada como portadora de um distúrbio não seria útil para ela.

“Ela me contou mais de uma vez, de forma inadequada, pensei, sobre sua própria neurodivergência e parecia preocupada em me encaminhar para o mesmo diagnóstico”, disse ela. “Eu simplesmente me senti intimidado a priorizar coisas que o conselheiro decidiu que precisavam ser consertadas.”

Ela encerrou a terapia após o número mínimo de sessões e agora está pensando em apresentar queixa ao BACP.

Suzanne* procurou um psicólogo porque estava se sentindo deprimida e ansiosa e tendo problemas no casamento. Ela inicialmente achou a terapia útil, mas logo se viu ouvindo seu terapeuta contando-lhe sobre sua vida, a ponto de “sentir que estava pagando para que ele me contasse (coisas em que estava trabalhando)”.

Ela perguntou-lhe se poderia ser neurodivergente, e ele garantiu-lhe definitivamente que não era – algo que ele não estava qualificado para fazer – em vez disso garantiu-lhe que o seu casamento era o culpado pelos seus problemas de saúde mental. Ele aconselhou-a a se divorciar do marido, apesar de ela ser mãe pela primeira vez e não ser financeiramente independente; conselhos que ela considerou “bem-intencionados, mas desligados da realidade”.

Após encerrar a terapia, ela obteve diagnósticos de autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no NHS. Ela considerou apresentar uma queixa, mas sentiu que não tinha “capacidade mental para lidar com isso”. Ela agora se sente “cautelosa” em retornar à terapia.

Todos os nomes, exceto Karin Blak, foram alterados.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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